Oficinas para ampliar acesso da agricultura familiar na alimentação escolar reúnem 1.600 participantes de 178 municípios mineiros

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Governador Valadares recebeu a última etapa do Circuito Alimentação, uma das ações que compõe a Estratégia de Enfrentamento da Pobreza no Campo - Novos Encontros

 

Cerca de 1.600 inscritos, 178 municípios representados e muitas trocas de experiências para superar desafios e promover o desenvolvimento local. Esse é o balanço do ciclo de oficinas do Circuito Alimentação, que se encerra nesta sexta-feira (9/6), com a etapa Vale do Rio Doce.

Antes de desembarcar em Governador Valadares, o Circuito passou pelos municípios de Diamantina, Januária, Almenara, Montes Claros e Teófilo Otoni, sedes das Superintendências Regionais de Ensino (SREs) de cada região.

O projeto do Governo de Minas Gerais tem como objetivo ampliar o acesso da agricultura familiar aos diferentes mercados institucionais púbicos (escolas, hospitais, órgãos da administração direta etc), com ênfase no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que determina que 30% das compras de alimentos do setor público sejam de produtos da agricultura familiar.

A participação de diretores escolares, agricultores familiares e extensionistas rurais no projeto foi além das expectativas. Previstas para alcançar 1.000 pessoas e 148 municípios, as oficinas superaram as metas estabelecidas pela organização. A etapa de Teófilo Otoni reuniu o maior público - 330 inscritos -, enquanto Governador Valadares registrou a maior participação de municípios - 40 no total.

A ação é executada pelas Secretarias de Estado de Desenvolvimento Agrário (Seda) e da Educação (SEE) e pela Emater-MG, com apoio da Federação dos Trabalhadores Rurais de Minas Gerais (Fetaemg).

“O comparecimento em peso dos envolvidos no processo demonstra o interesse dessas pessoas em potencializar a agricultura familiar e garantir uma alimentação saudável para as nossas crianças, a partir de um trabalho em conjunto”, afirma o superintendente de Acesso a Mercados e Comercialização da Seda, Fernando Freitas.

 

Novos Encontros – Sementes Presentes

O Circuito Alimentação é uma das ações do projeto de inclusão produtiva “Sementes Presentes, alimento e trabalho no campo”, compondo a Estratégia de Enfrentamento da Pobreza no Campo - Novos Encontros, coordenado pela Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese).

Ao todo, a Estratégia abrange 30 ações dirigidas aos cinco territórios prioritários: Alto Jequitinhonha, Médio e Baixo Jequitinhonha, Mucuri, Norte e Vale do Rio Doce, envolvendo um total de 229 municípios mineiros e investimentos de cerca de R$ 216 milhões em 2017.

A coordenadora do projeto Sementes Presentes, Beth Filizola, destaca que o Circuito Alimentação está inserido em um dos três eixos do projeto, que busca promover a segurança alimentar, assistência técnica e geração de renda no campo.

“Estamos muitos satisfeitos porque essa rodada envolveu mais de dez órgãos de Governo e nos mostrou que estamos no caminho certo, pois promove o diálogo entre os diversos atores dos mercados institucionais”, diz Beth.

 

Diferenças regionais

Para a diretora de Suprimentos Escolar da SEE, Valéria Batista, as etapas do Circuito Alimentação irão contribuir para o avanço da política de alimentação escolar em Minas Gerais. Pela primeira vez, desde 2009, o Estado atingiu o percentual de 30% de compras da agricultura familiar, utilizando recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

No entanto, há ainda diferenças regionais. Enquanto a região de Montes Claros atingiu o percentual de 38% das compras, as regiões de municípios como Almenara e Governador Valadares estão abaixo da média mineira: 18% e 9,85%, respectivamente.

“Na média já atingimos o percentual de 30%, mas queremos ir além para reduzir as diferenças regionais e alcançar os 100%. Um esforço importante foi a contratação de 53 nutricionistas que chegam para ampliar nosso trabalho”, afirma Valéria Batista.

 

Modelo de gestão

O diretor de Políticas Agrícolas da Fetaemg, Marcus Nunes, avalia como “extremamente positivo” o ciclo de oficinas do Circuito Alimentação. Para ele, o desafio é ampliar a ação para que ela chegue a outras regiões do estado.

“Acreditamos que esse projeto irá servir de modelo para vários estados. O que precisamos é ampliá-lo para as regiões e municípios que não atingiram os 30%, conforme prevê a lei”, afirma Nunes.

Já o coordenador estadual da Emater-MG, Dario Magno, acredita que o Circuito Alimentação tornou-se um ambiente que proporciona a resolução de problemas enfrentados há décadas pelas regiões.

“Nossa empresa já trabalhava o PNAE junto aos municípios. Com o envolvimento de agentes da Saúde, da Sedese, da Seda e da Educação unimos todas as pontas para buscarmos as soluções. Sabemos que quase 100% dos problemas são locais”, completa Magno.